segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

Sintonia com o Universo (Veículo). Parte 2

Após essa projeção do super-triciclo elétrico, muitas outras idéias foram se formando.

Pesquisando na internet encontrei um patinete elétrico da MO.TRONIK. Pensei na possibilidade de acrescentar mais duas rodas nele, assim ele seria estável e eu poderia levá-lo em minhas viagens, pois ele é dobrável e pode ser transportado até mesmo no porta-malas de um carro.

Não encontrei nada que inviabilizasse este projeto, mas sem entender por que razão, não me dediquei a encontrar alguém que o manifestasse.

Nesta busca por veículos elétricos que estivessem em sintonia com as minhas necessidades de nômade (que permitisse o transporte nos bagageiros de ônibus) encontrei alguns, mas sempre encontrava a limitação de autonomia. Pois nenhum destes podia ser transportado no porta-malas de um carro e em muitas cidades, a rodoviária ficava muito distante do local onde me hospedava.

Mais uma vez, em Santiago, ao passar pela loja em que comprei o Vmag, vi um novo veículo, uma bike elétrica dobrável, se ela tivesse 3 rodas seria quase perfeita, mas mesmo assim havia o obstáculo de eu não poder mais pedalar. Assim, quando terminasse a carga da bateria, embora houvesse a possibilidade de pedalá-la eu não conseguiria fazê-lo.

Durante minha viagem de Natal/RN para São Paulo/SP, tive então uma idéia fantástica.

Lançar um desafio.

Trike elétrica adaptada.
Encontrar alguém que inventasse uma bike de 3 rodas, que fosse possível pedalar com as mãos (ou mãodalar, ehe) e tivesse também um motor elétrico.
Desta forma, nas descidas e em terreno plano eu pedalaria e nas subidas usaria o motor elétrico.
Como a autonomia geralmente é do 50km. Dependendo de onde eu estivesse isso poderia ser multiplicado algumas vezes, pois além do 50km de subida, haveria a descida e os planos.

Tss, tss.
Pensei que era o Professor Pardal, gênio pensando em algo inédito.

Estava em Curitiba/PR quando resolvi pesquisar no meu amigo Google se havia alguma bike de “pedalar” com as mãos.

Encontrei um blog com o post “Pedalando com as Mãos” que falava das HandCycles e de alguns campeonatos de ParaCycling.

Bem, fiquei sabendo que algumas pessoas já estavam nesta sintonia bem antes de mim. Alguns anos à minha frente.

Precisava então de alguém que descobrisse uma forma de colocar um motor elétrico nesta HandCycle.

De Curitiba fui para Porto Alegre. Fiquei umas 2h na Sala VIP da Planalto acessando a net enquanto aguardava a hora de encontrar alguns alunos. Resolvi procurar em outro amigo, o Youtube, algum vídeo da HandCycle.

Mais uma adorável surpresa.

Encontrei um vídeo de uma Eletric HandCycle.
Ao seguir o link para o site da empresa, mais uma surpresa. O nome da empresa: Varna Innovation & Research Corporation.

Coincidência, acaso? O acaso é uma forma que Deus encontrou de manter-se no anonimato.
É o Universo conspirando à meu favor.

Porém esta empresa fica no Canadá.
Agora só necessito aguardar o momento de ela chegar em minhas mãos. Permanecer aberto e compreender o mecanismo para esta manifestação.

Existem vários modelos de Varna Handcycle. Cada uma atendendo algumas necessidades específicas. Todas elas podem vir com “motores elétricos ajudar”.
A que seria perfeita para um nômade como eu, é uma integração de algumas delas.

- Ideal para pessoas com muletas
- Assento totalmente ajustável (move ao longo do frame) e estilo trombone comprimento da perna ajustável (permitindo ampla perna máxima e ângulo como desejado)
- Desmontagem rápida e fácil para transporte em veículo ou armazenamento
- Direção também é controlada inclinando o tronco à esquerda e à direita
- Se inclina em qualquer curva, mantendo todas as rodas no chão, mantendo a velocidade de condução
- 24 velocidades
- Motor elétrico independente. O utilizarei apenas nas subidas
- Além de ser o mais leve possível e adequada a diversos tipos de terreno

Com esta HandCycle minha jornada passará para um outro nível. Pois com ela poderei fazer algumas viagens curtas sem a necessidade de outros veículos. Isso possibilita que eu pare, sempre que encontrar algum lugar ou movimento interessante que eu queira registrar.

A estrada é surpreendente, quando menos esperamos ela nos mostra uma paisagem, pessoa, animalzinho, elemento, etc. que gostaríamos, não apenas de guardar na memória, mas também registrar para compartilhar. Porém, quando você está de ônibus, não pode pedir para o motorista parar um pouquinho para fotografar, filmar ou entrevistar alguém.

Além é claro, da carícia do vento no rosto e o prazer de mãodalar por aí. É um outro nível de liberdade.

Um aluno uma vez me disse que: Quando você anda de carro você contempla a paisagem, quando você anda de moto você faz parte da paisagem.
 Isso também se aplica às bikes e handcycles.

Eu já havia ficado feliz com a Vmag, pelo fato dela ser um veículo elétrico e contribuir com a preservação do meio-ambiente. Porém, a bateria por ela utilizada tem uma vida útil não muito grande e não é reciclável, por sua vez, também irá poluir (a menos que encontrem uma nova utilidade para ela). Nas handcycles, pela dupla tração: elétrica e humana, o benefício à natureza é muito maior.

Faz anos que eu não pedalo. Mas essa prática é evolutiva. A medida que realizamos esta prática, no caso mãodalar, nossa resistência se amplifica, e necessitarei cada vez menos o apoio do motor elétrico, estendendo a vida útil da bateria.
O mesmo aconteceu quando troquei os tutores ortopédicos pelas muletas. Eu caminhava 100 metros e tinha que descansar. Hoje já caminho 1,5 km antes de sentir a necessidade de descansar.

De todos os veículos que conheço. Este é o mais perfeito para minha jornada nômade.

Gratidão ao Universo por não ter manifestado os projetos anteriores e permitir que eu conheça a HandCycle.

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